Acadêmica da FAME explica sobre a miopia e o futuro do distúrbio que acomete bilhões de pessoas

24/03/2021

A acadêmica da Faculdade de Medicina de Barbacena (FAME), Luciana Moreira Soares, do 10° período, trouxe informações importantes sobre a miopia, que é um distúrbio visual que acomete bilhões de pessoas. Em uma breve pesquisa a aluna traz dados importantes sobre a miopia como epidemia mundial e a preocupação com o aumento dos casos de miopia com o isolamento social pela Covid-19.

A miopia é um distúrbio visual em que os objetos próximos são vistos com nitidez, mas os distantes ficam embaçados. Isso ocorre porque o olho do míope é mais comprido, assim, o foco da imagem ocorre antes de chegar à retina. Sem correção, é a primeira causa de diminuição visual no mundo todo e o número de casos está crescendo rapidamente. Em 2010, estimava-se que 1.9 bilhões de pessoas (27% da população mundial) eram míopes e 70 milhões destes (2.8%) tinham alta miopia. A projeção é de que esse número mude para  52% e 10%, respectivamente, em 2050.

De acordo com as informações levantadas pela acadêmica os fatores de risco para a condição de miopia são: a etnia asiática, viver em centros urbanos, crianças que passam mais tempo em ambientes internos e herediatariedade. Estudos com gêmeos e familiares relacionam o surgimento da miopia com a história familiar, contudo, a genética por si só não explica a incidência da miopia, mas pode determinar o quão sucetível uma pessoa é aos fatores ambientais, como a exposição ou não de luz externa.

Pesquisadores do mundo todo esperam que ocorra um aumento nos casos de miopia com à pandemia da Covid-19, devido à mudança drástica na rotina o que está impactando a visão das crianças pelo maior tempo em casa e na frente das telas. Em um trabalho com 899 pais, 70% relatou que seus filhos gastaram pelo menos 4h por dia na frente de dispositivos eletrônicos. Um outro  estudo recente publicado na revista JAMA ophthalmology em janeiro de 2021 realizado com mais de 120.000 crianças na China entre 6-13 anos de idade, concluiu que a prevalência de miopia aumentou mais de 3x em 2020 comparando com os últimos 5 anos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente em 2021, 2 em cada 6 indivíduos são míopes, agora se imagine no futuro ano de 2050 em que a realidade prevista é de que serão 5 míopes para cada 10 pessoas. Esse aumento é considerado um problema de saúde pública pois compromete a qualidade de vida, traz prejuízos emocionais,  prejudica o desenvolvimento pessoal pela má qualidade visual e tem associação com outras doenças oculares como glaucoma, catarata, descolamento de retina e até cegueira. O Impacto financeiro e econômico também é muito grande, seja com os custos da correção e tratamento, seja com os gastos pela perda de produtividade do indivíduo ao longo dos anos, por ser a miopia a principal causa de deficiência visual pra longe.

No breve artigo a acadêmica diz que “relacionar o aumento da miopia somente ao uso de telas e à leitura é fazer uma associação óbvia e simplista, visto que, na verdade o alongamento do olho está muito mais relacionado a ficar dentro de ambientes internos do que à pratica da leitura de perto propriamente dita”, relata. Estudos com galinhas mostram que a exposição à luz externa tem um papel fundamental na diminuição da prevalência de miopia. A luz natural atua na liberação de dopamina, óxido nítrico e outros neurotransmissores, que por sua vez, agem na retina e impedem o crescimento do olho.

Por fim, fica claro a importância do incentivo das atividades ao ar livre e as práticas desportivas por melo menos 120 minutos diários, que, além de aumentarem a interação social e elevar a capacidade cognitiva da criança, atuam como fator protetor para o aparecimento da miopia.

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